Se a vida te dá limões, jogue tequila por cima e faça uma margarita!
Gaveta obscena é exatamente o lugar onde eu deveria ter chegado um dia. Talvez, eu já estivesse aqui, antes mesmo de criá-lo. Toda criação vem de nós e parece nos preceder. A criação me domina. Pertenço ao que imagino. Psicanalistas, poetas, cinéfilos, artistas de um modo geral, entusiastas de uma boa conversa insana regada a litros de café, vinho barato e atos falhos, deite-se comigo em meu divã imaginário e sinta-se mais do que à vontade.
Amigos que se afastam da nossa vida, por mais que nos façam sofrer, são como desintoxicações.
Sim, algumas pessoas vão se acumulando em nossa vida sem agregar nada valoroso e quando vão embora abrem espaço para relações mais significativas.
E temos que entender também, que se estas pessoas se afastaram, é porque nós já não fazíamos mais sentido para elas. Sim, relações se deterioram porque estamos em constante mutação.
Aquela amizade gostosa da adolescência pode não fazer mais sentido na fase adulta , pois as pessoas vão mudando no decorrer dos anos.
Obviamente, que é maravilhoso quando as relações , tanto as amorosas como as amizades e as profissionais, duram muito tempo com qualidade. Mas nem sempre é possível.
Quem não quer um amor para a vida toda? Quem não quer amigos para sempre?
Piadas à parte, às vezes, algumas portas se fecham e a gente fica com aquela cara de paisagem, sem entender muito bem o porquê.
Relacionamentos de longa data quando acabam, paixões interrompidas no auge, demissões em massa sem justa causa, amigos que desaparecem nos momentos de crise ou quando simplesmente adotamos um outro estilo de vida, problemas de saúde em família são alguns dos exemplos de safanões que a vida pode nos dar sem nenhum tipo de aviso prévio.
Não vou dizer que aprendemos com tudo de ruim que nos acontece, que sempre podemos tirar uma lição…às vezes, o sofrimento é só sofrimento mesmo.
Ás vezes, não dá para aprender nada com determinadas situações. Por outro lado, me parece, que a maioria dos eventos desagradáveis podem se reverter em algo didático ou em até mesmo uma oportunidade.
De repente, o relacionamento de longa data não era tão bom assim e estava te impedindo de começar um melhor.
Uma paixão interrompida no auge é um grande drama pois ela vai deixar um ponto de interrogação gigante em nossa mente.
Por outro lado, aprender a lidar com os “ses” da vida faz parte do nosso crescimento. Muitas vezes, por causa do sofrimento gerado por uma decepção amorosa, a pessoa busca uma terapia que ela precisava fazer há séculos, mas que nunca teve coragem de procurar ou que nem ao menos sabia que devia fazer.
Algumas demissões podem ser a oportunidade ideal para uma guinada na carreira. Quantas pessoas não se reciclam profissionalmente após uma demissão e descobrem um novo nicho em sua área?
Amigos que se afastam, por mais que nos façam sofrer , são como desintoxicações. Sim, algumas pessoas vão se acumulando em nossa vida sem agregar nada valoroso e quando vão embora abrem espaço para relações mais significativas.
E temos que entender também, que se estas pessoas se afastaram, é porque nós já não fazíamos mais sentido para elas.
Sim, relações se deterioram porque estamos em constante mutação. Aquela amizade gostosa da adolescência pode não fazer mais sentido na fase adulta, pois as pessoas vão mudando no decorrer dos anos.
Obviamente, que é maravilhoso quando as relações, tanto as amorosas como as amizades e as profissionais, duram muito tempo com qualidade. Mas nem sempre é possível. Quem não quer um amor para a vida toda? Quem não quer amigos para sempre?
Problemas de saúde em família são sempre um dos piores dramas. É quando nos deparamos mais fortemente com a ideia do inevitável, da finitude da vida naturalmente tão limitada.
Mas, muitas vezes, uma doença em família, por mais dolorosa que seja, pode ressignificar relações, estreitar laços, mostrar a nós mesmos uma força que nós nem sabíamos que possuíamos.
Quantas pessoas não passam a valorizar as pequenas alegrias da vida depois de uma grave enfermidade?
Quantos parentes que não se falavam mais, não se reaproximam depois de uma doença em família?
E quem já precisou cuidar de um familiar adoentado, sabe como podemos ser fortes em momentos de crise.
Não faço aqui uma defesa do sofrimento. Muito pelo contrário. Mas podemos aprender sim com más experiências.
Mais do que isso: podemos descobrir caminhos alternativos e mais felizes para a própria vida.
Este artigo foi publicado originalmente no blog Obvious Magazine e replicado pelo Blog Resiliência Magazine.
No meu blog Gaveta obscena vou divulgar textos variados de minha autoria, de diversas categorias. Entre elas: críticas fílmicas, contos, devaneios poéticos e artigos sobre comportamento.
Sou psicanalista, professora, escritora, atriz e doutora em Comunicação e Semiótica. Fundei a empresa Sílvia Marques Produções Artísticas Independentes, responsável por oferecer cursos na área de Humanidades e montar minhas peças teatrais.
Ofereço sessões de terapia acolhedoras e online, mentoria de autodesenvolvimento e formo psicanalistas.
Publiquei 10 livros individuais, participei de 11 coletâneas, as quais organizei três. Venci sete concursos literários, fui indicada ao prêmio Jabuti em 2013. Mais de 500 artigos de minha autoria circulam por blogs variados.
www.psicanalistasilviamarques.com
Comentários
Postar um comentário